Fidelidade

Diz–me devagar coisa nenhuma, assim
como só a presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?
Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
O que à morte se diria, se ela ouvisse,
Ou se diria aos mortos, se voltassem.
Jorge de Sena
in OBRAS DE JORGE DE SENA
ANTOLOGIA POÉTICA, EDIÇÕES ASA, 2001
2 Comments:
Três artigos numa semana?
Essa verve não me faz esquecer que te piraste para a Ilha do Jardim só para estares longe das comemorações do 25/04.
Faaaaacista!!!
Abomináveis Parabéns para o Abominável Homem das neves!
Enviar um comentário
<< Home