Mendigar cafuné
AMOR BARATO
Eu queria ser
Um tipo de compositor
Capaz de cantar nosso amor
Modesto
Um tipo de amor
Que é de mendigar cafuné
Que é pobre e às vezes nem é
Honesto
Pechincha de amor
Mas que eu faço tanta questão
Que se tiver precisão
Eu furto
Vem cá, meu amor
Aguenta o teu cantador
Me esquenta porque o cobertor é curto
Mas levo esse amor
Com o zelo de quem leva o andor
Eu velo pelo meu amor
Que sonha
Que enfim, nosso amor
Também pode ter seu valor
Também é um tipo de flor
Que nem outro tipo de flor
Dum tipo que tem
Que não deve nada a ninguém
Que dá mais que maria-sem-vergonha
Eu queria ser
Um tipo de compositor
Capaz de cantar nosso amor
Barato
Um tipo de amor
Que é de esfarrapar e cerzir
Que é de comer e cuspir
No prato
Mas levo esse amor
Com zelo de quem leva o andor
Eu velo pelo meu amor
Que sonha
Que enfim, nosso amor
Também pode ter seu valor
Também é um tipo de flor
Que nem outro tipo de flor
Dum tipo que tem
Que não deve nada a ninguém
Que dá mais que maria-sem-vergonha
Chico Buarque e Francis Hime.
2 Comments:
Mas cais cafuné?
VIVA O RICARDO, MAS É!!!!
O Abominável anda impossível! Ele é poemas à prima, ele é cafuné, eu sei lá... E a malta que se aguente à lágrima e que explique a estrangeiros o porquê do vermelhão e do brilho nos olhos a quem percebe pouco de saudade.
Gostei tanto que passei o dia a ouvir o Chico:
"Sim , me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido..."
Viva o Abominável Homem das Neves Derretidas!!!
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