Mas pronto!

Não podia deixar de fazer referência à modalidade. Os Olímpicos de Turim 2006 tiveram do melhor e por cá ninguém os viu. A nossa RTP não comprou os direitos para os directos, nem sequer para os diferidos. Os Jogos de Inverno passaram-nos ao lado, nem mesmo os resumos noticiosos nos dão conta do que se está a passar em Itália, para já não falar na abertura e encerramento dos mesmos, sem transmissão agendada. O segundo canal da estação pública de televisão lá vai preferindo dar umas partidas de andebol num gimnodesportivo qualquer do país, que deve ser de justo interesse para as minorias nacionais, mas entre as quais não se incluem os olimpicoadictos. A lógica de programação é: se os tugas participam, mostra-se, se não vão lá, não interessa! Este ano esteve um português numa prova qualquer de ski. Até se falou nisso. Mas e o resto? Desde quando olhamos só para o nosso umbigo, sabendo que os há bem melhores por toda a parte? O euro e meio que eu desconto todos os meses de taxa de radio e tevê, na minha conta da EDP, é para quê? Ou para quem? Mas que raio!

Tudo isto para afirmar que o russo Evgeni Plushenko é mesmo grande. "O Padrinho" impôs-se desde a primeira nota no gelo! Um perfeito sucessor do genial Alexei Yagudin, retirado para nosso desgosto após uma inolvidável dança mosqueteira. A Tatiana Navka e o Roman Kostomarov deram uma sova valente aos americanos, com uma Carmen de Bizet imaculada e electrizante. E o resto já não vi, que a antena parabólica da vizinha nem sempre está disponível, ficando por saber quem levou o ouro nas provas feminina e de pares com saltos.

A televisão portuguesa não vale nada! Mas pronto. Antes ter visto pouco pelo satélite, do que as imagens comentadas pelas peritas nacionais em patinologia artística, duas tias com o septo desviado, uma voz anasalada, e o maior ar de frete deste mundo. Perdão, deste país!