Esquadros
"Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome dos meninos que têm fome
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(Quem é ela? Quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde
Transito entre dois lados, de um lado
Eu gosto de opostos
Expondo meu modo, me mostro
Eu canto para quem?
Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado"
Adriana Calcanhotto - Senhas (1992)
5 Comments:
O link vai direitinho à página da galeria Tate Modern, de onde veio a exposição que hoje se encontra no Centro Cultural de Belém. Esta é talvez a mais completa mostra sobre as obras de Frida Kahlo que alguma esteve na Europa, sendo a maioria dos quadros proveniente de museus mexicanos e colecções particulares. Os exemplares que puderam ser vistos em Londres, entre 9 de Junho e 9 de Outubro de 2005 estão todos explicados neste site que vale a pena visitar. Por cá, teremos a Frida Kahlo só até ao dia 21 de Maio.
Alguém vai ter coragem de perder esta viagem?
Venho só acrescentar que o quadro que aqui vêem é o famoso "Duas Fridas", pintado em 1939, proveniente do Museo de Arte Moderno, na Cidade do México.
Faz parte desta exposição e trata-se de um duplo auto-retrato que representa a dualidade entre as culturas ocidental e indígena, bem como a divisão da autora perante a sua proveniência híbrida, filha de mãe mestiça e pai alemão. Há quem diga que são também as duas imagens de si mesma, uma autóctone de coração inteiro e outra colonial que sangra. A tela a óleo foi pintada no ano em que Frida Kahlo se separava do pintor e muralista revolucionário Diego Rivera, que sempre inspirou a afirmação das suas raízes aztecas nos trajes e no comportamento orgulhosamente regionalista. Esta era a Frida que Diego amava, de buço e roupas coloridas.
No ano seguinte, em 1940, Kahlo e Rivera voltariam a contrair matrimónio...
Faltam as informações úteis: horários da exposição, preço dos ingressos, descontos vários? Queremos o serviço completo.
Viva, viva!
O Pinguin, desaparecido, está de volta ao convívio!
(E o nosso Benfica lá ganhou...)
Ai Mimi, não queres mais nada, não?
Eu digo-te o serviço completo!
Se me irritas, levanta-se-me o buço das ventas...
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