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2008-05-25

Uma noite no Paradiso



Ontem, arrastada por uma amiga e convencida pelo irrisório preço do ingresso, fui assistir a um concerto da Kimya Dawson. Dela apenas sabia que o sucesso lhe chegou depois de ter feito a banda sonora do filme Juno, que até hoje (se calhar apenas até ontem…) não tive vontade de ver. Passei os olhos no YouTube só para garantir, mas a minha ligação à rede a uma velocidade de 11Mb não deu para perceber grande coisa. Ficou claro que o concerto era acústico e, assim, sem bateria e grandes guitarradas eléctricas seria menos cansativo. Decidi e fui. Cheguei tarde e logo me arrependi de ter perdido as primeiras canções. A Kimya Dawson é de uma transparência deliciosa. Fala da vida, das pessoas, dela, dos outros, cantando. Fala com uma doçura invulgar, canta depressa mas tudo parece lento, arrastado, com o tempo da realidade das coisas que relata.
Mas o bilhete permitia a presença no Paradiso – uma antiga igreja transformada em sala de espectáculos e night club – até às 5 da manhã, e do cardápio constavam ainda mais dois concertos. Porque era bónus, ficámos. Afinal, era cedo.
Subiu ao palco um homem de guitarra, que, mais tardem, soube chamar-se Howe Gelb e um outro no contrabaixo, e os dois deram um concerto fantástico, numa alusão a Lou Reed ou Nick Cave (em versão soft), com alguma coisa – talvez uma semelhança física melhorada – de Leonard Cohen. Uma voz extraordinária! Impressionante, tanto mais que a extensão bónus da Kimya, que já havia surpreendido e tanto, não prometia coisa nenhuma. No final estava tudo de olhos e boca aberta. E ainda havia mais um concerto, que se fosse mau já nem importava. Mas não foi. Foi um momento mágico.
Doze músicos em palco: piano, teclas, várias guitarras, umas acústicas, outras eléctricas, percussão, violino, violoncelo, contrabaixo, acordeão, trompete, instrumentos que, perdoem-me a ignorância, não soube identificar, e todos a fazer coros. Um cruzamento de vários sons e uma harmonia incrível entre todos. Chamam-se Willard Grant Conspiracy e já virei groupie (aliás, à saída já vinha de CD comprado e assinado)! O concerto foi arrepiante. A sala inteira (já mais vazia depois da Kimya, que devia ser a atracção da noite, mas ainda assim com muita gente) estava com os olhos, os ouvidos e a alma no palco. A música, o tempo dela, a entrada dos instrumentos, a sua sequência, estava tudo perfeito. Dos doze não havia uma estrela, ninguém que brilhasse mais. A estrela era o todo e aquela música. Tratou-se da apresentação do álbum Pilgrim Road, e quem lá esteve fez o caminho todo, alguns, como eu, experimentando uma felicidade tão grande, tão invulgar, tão arrebatadora, tão inesperada.

2008-05-23

Cabeça de Porco



(Cabeça de Porco: cortiço. Na linguagem jovem das favelas cariocas é sinónimo de situação sem saída, confusão)


Como ninguém escreve do país eu, antecipando a abertura, já amanhã, da Feira do Livro de Lisboa, escrevo do estrangeiro e sobre um outro estrangeiro: o do mundo das favelas brasileiras, da violência juvenil.

Um antropólogo (Luiz Eduardo Soares – co-autor do livro que deu origem ao polémico filme Tropa de Elite), um rapper (MV Bill) e um empresário musical (Celso Athayde), juntaram-se para contar histórias de meninos envolvidos no tráfico de drogas e reflectir sobre a sua experiência durante a pesquisa. São histórias terríveis contadas sem moralismos nem condescendência. Nos relatos não há bons nem maus, há pessoas, crianças, famílias e uma reflexão que, direccionando para eles mesmos a responsabilidade dos actos, lhes devolve a humanidade que há muito perderam nas peças jornalísticas. O livro divide-se entre os relatos da presença de Bill e Celso nas favelas quando, para a realização de um documentário, filmavam entrevistas com as crianças do tráfico; as entrevistas realizadas especificamente para este livro e as reflexões sobre o que vai sendo relatado e sobre a vida dos próprios autores. São muitas as realidades aqui retratadas. São vários níveis de envolvimento. São constantes as contradições porque os sentimentos vividos são também eles contraditórios. É impossível não gostar destas pessoas quando se as conhece, é impossível não as detestar também. Isso porque existe sempre uma empatia entre o leitor e os envolvidos no livro – actores e autores.

Bill escreve, desconcertado, depois de uma tarde passada em casa de uma senhora, mãe de uma filha pré-adolescente e traficante de merla (uma droga, subproduto da cocaína, que junta as folhas da coca com alguns produtos químicos como ácido sulfúrico, querosene, cal virgem e ainda um composto chamado ácido de bateria!):

Triste, muito triste tudo aquilo. Eu olhava para a dona da casa, por quem eu sentia uma grande admiração pela força que tinha, pelo talento para falar e pela fé na vida, e ela estava relaxada, fumando um cigarro, com um leve sorriso. Parecia se deliciar com aquele desespero. Aquilo me fazia sentir muita raiva dela. Sua casa era um inferno. Na verdade, ali era o paraíso do diabo. Como eu me poderia sentir em paz naquele lugar? Mas era assim que eu me sentia, feliz por estar ali na sua companhia, ouvindo as histórias daquela mulher que vendia merla para sustentar a sua filha, que vendia merla para destruir a vida das filhas dos outros; da mulher que vendia merla para salvar seu lar, mas que destruía, com a merla, muitos outros. (pp. 21-22)

A grande diferença entre este livro e aquilo que achamos conhecer da realidade das favelas brasileiras, da violência juvenil e do tráfico de drogas, é que aqui somos convidados a participar da reflexão (e fazemo-lo até num português de favela brasileira muito criativo e divertido!). O livro confronta-nos com várias perspectivas e deixa-nos permanentemente divididos - perdemos as certezas e refazemos o trajecto das nossas convicções. Aqui, não somos apenas espectadores, somos desafiados a ser parte da solução. Por isso não é um livro desencantado.

MV Bill nasceu na CDD, como lhe chamam carinhosamente os habitantes da Cidade de Deus, e é lá que ainda vive, apesar do seu enorme sucesso enquanto músico. Celso Athayde, cresceu na Favela do Sapo, no Rio de Janeiro. Luiz Soares vive na zona Sul. Os três partilham o mesmo descontentamento e o sonho de contribuir para uma reflexão que parta da situação como ela é vivida e aponte uma saída para a enorme Cabeça de Porco que se vive nas favelas brasileiras.

2008-05-17

Jacarandás em Lisboa...

Jacarand&aacute;

Flor do jacarandá
Cai, leve no passeio
Céu d´outro mar sonhado
Chão de anilado estio.
A florir, lá no mês de Junho
Tapete de voar
Nas luas de zefiro
Estrada de santiago
Manda a chuva de estrelinha, azul pavão
Brilha na noite
Vou de namorada, mão na mão
Perdi a escada para o céu
Dos pardalinhos
Na ilusão da boa fada
Toco na varinha de condão
Durmo na rua onde a...


Vitorino

Os jacarandás lisboetas já floriram este ano!
A cidade fica em festa. Apesar da Primavera ainda não ter chegado em força, ela está perto. Já a sinto...

2008-05-10

Parabéns ao Abominável!

2008-05-09

Parabéns ao Abominável mais querido do planeta.
Isto para que saibam, para mim ainda é dia 9!
E mais vale tarde do que nunca…
E água dura em pedra mole…

Vê lá se regressas ao blog e trazes a patinadora artrítica que mais parece que se forçou a uma reclusão para lá dos Himalaias… não me digas que foram vocês que andaram a causar distúrbios lá pelo Tibete.

E já agora vejam lá se tratam da Mimi do ski, pois gostava muito de saber quem é que lhe pôs os esquis, pois também nunca mais a vi por estas paragens.

Fica desde já a ameaça, se vocês não postarem nada rapidamente, chamo o Pinto da Costa e “bejo-me” obrigado a “interbenir”… penso eu de que.

Um grande abraço e muitos beijinhos ao Abominável,
do vosso querido cromo e seus crominhos da bola.